Ministério Público de Pernambuco
também questiona cumprimento de lei que determina instalação de
ares-condicionados em ônibus que circulam no Grande Recife.
Por
G1 PE

Denúncia foi feita pela Frente de Luta pelo
Transporte Público de Pernambuco — Foto: Marlon Costa/Pernambuco Press
O Ministério Público de Pernambuco (MPPE) instaurou
um procedimento para investigar uma denúncia de estocagem de ônibus com
ar-condicionado por empresas que operam no Grande Recife. A
investigação também verifica se as companhias atendem ao índice de renovação da
frota, item que compõe o cálculo para composição da tarifa, que subiu 7,07% neste
ano.
De acordo com o promotor do Transporte do MPPE,
Humberto Graça, o processo preparatório foi iniciado após uma denúncia da
Frente de Luta pelo Transporte Público de Pernambuco. O grupo afirma que ônibus
novos, equipados com ar-condicionado, estariam estocados há um ano nas garagens
das empresas Metropolitana e Caxangá, quando deveriam estar em circulação.
O processo, no entanto, tem dois polos de
investigação. O primeiro é a denúncia da estocagem dos ônibus e o segundo por
causa da necessidade de renovação anual da frota.
De acordo com uma lei de 2014, as empresas devem
implantar, gradualmente, ares-condicionados nos ônibus que circulam na Região
Metropolitana do Recife. O MPPE apura se os coletivos que estavam na garagem
deveriam fazer parte dos ônibus climatizados que já deveriam estar nas ruas.
“Queremos saber se esses ônibus estavam nos planos de renovação de frota, o porquê de estarem estocados e se as empresas atendem ao índice de renovação do efetivo de ônibus. Aproveitamos a denúncia para complementar a investigação”, afirma o promotor do MPPE.
A partir da abertura do procedimento, o Grande
Recife Consórcio de Transporte, o Sindicato das Empresas de Transportes de
Passageiros em Pernambuco (Urbana-PE) e as empresas Metropolitana e Caxangá têm
dez dias úteis para se pronunciar sobre a denúncia.
“Enviamos ofícios às partes pedindo informações
pertinentes à denúncia. Queremos saber quais ônibus foram adicionados e
removidos da frota nos últimos dez anos e quais desses tinham ar-condicionado.
Pela lei, acredito que deveríamos estar com a metade da frota climatizada”,
declara Humberto Graça.
Após a resposta dos órgãos responsáveis, caso a
denúncia seja comprovada, três ações podem ser tomadas. “A primeira é uma
recomendação, mas o mais provável é um Termo de Ajustamento de Conduta ou o
ingresso de uma ação civil pública para que a Justiça determine o cumprimento
da lei”, diz o promotor.
Em nota ao G1, o Grande Recife Consórcio informou que ainda não
foi notificado oficialmente e que, quando o for, "responderá diretamente
ao Ministério Público de Pernambuco dentro do prazo legal estipulado". O
Urbana-PE informou que se pronunciaria quando fosse notificada.
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